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Estudantes alegam abuso de autoridade e agressão policial em festa em Chapecó#

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O Centro de Referência em Direitos Humanos Marcelino Chiarello da Universidade Federal da Fronteira Sul – CRDH/UFFS emitiu uma nota de apoio "às vítimas de agressão policial” que teria ocorrido na madrugada de sexta-feira para sábado (3) em Chapecó, em uma festa numa república de estudantes na Avenida Porto Alegre, no Centro. Segundo a nota, cerca de 100 estudantes e professores universitários participavam da festa e que ocorreu abordagem por dois policiais militares por volta das 1h30, mesmo o som estando desligado naquele momento. De acordo com relato dos participantes da festa, um dos policiais entrou na casa sem caracterizar a natureza da abordagem e iniciou conduta de agressões físicas e psicológicas. A nota diz que poucos minutos depois a república foi invadida por mais de uma dezena de policiais, com viaturas e guarnições do grupamento tático e canil da PM.

"Os policiais, sem explicações coordenadas sobre a operação, realizaram procedimento de busca na casa e mantiveram os frequentadores submissos a tortura física e psicológica. As equipes permaneceram na casa por cerca de 90 minutos, tempo em que mantiveram-se agredindo as pessoas, mesmo dominadas ou algemadas, sob a mira de fuzis e escopetas, tratadas com tapas no rosto, socos, pontapés, empurrões, golpes de cassetete e pessoas arrastadas pelos cabelos. Ainda, durante toda a operação, a conduta dos policiais, relatada pelas vítimas foi de graves ofensas em relação às mulheres, homossexuais, estudantes de cursos vinculados às ciências humanas e pessoas oriundas de outras regiões do país. Também foi relatado abuso durante o processo de revista contra homens e mulheres. Foi relatada a quebra de móveis e materiais da casa, a destruição de vários aparelhos celulares e o desaparecimento de outros durante a ação. A operação foi concluída com a condução de um pequeno grupo, para a delegacia por volta das 03h”, manifestou o CRDH/UFFS. "Repudiamos veementemente os abusos cometidos contra os envolvidos neste caso e, não mediremos esforços para buscar a reparação das agressões sofridas, bem como, para evitar que práticas como esta se tornem rotina, em qualquer lugar deste país”, finalizam os representantes do Centro de Referência de Direitos Humanos da UFFS.

No relatório da Polícia Militar consta que na madrugada de sexta-feira para sábado (03), a PM foi até o local, perto do Hospital Unimed, após denúncia de perturbação por som alto e algazarra. Sete pessoas foram detidas na casa e na via pública, acusadas de perturbação, resistência, desobediência e posse de drogas.
"No local foram apreendidos quatro moedores de maconha, 14 gramas de bitucas de cigarro de maconha (baseado), 58 gramas de maconha para confecção de mais cigarros, um maço de papel para baseado, cinco pedras de crack prontas para venda/consumo e mais uma pedra grande de crack com aproximadamente duas gramas, que ao ser fracionada renderia mais oito pedras, cachimbos para consumo de drogas e ainda duas cápsulas de munição calibre .32 deflagradas”, relata a PM. Foram detidas quatro mulheres de 20, 22, 23 e 24 anos e três homens com idades de 19, 28 e 32 anos. As três mulheres mais velhas se declararam responsáveis pela casa.  

De acordo com a PM, dois policiais de uma guarnição da Rádio Patrulha – um homem e uma mulher - foram ao local e constataram a perturbação e algazarra em uma festa com aproximadamente 70 pessoas, de onde também se exalava cheiro de maconha. "Ao tentarem conversar com os envolvidos, alguns passaram a desacatar os policiais militares e quando esses foram fazer o procedimento de abordagem, os suspeitos fecharam o portão de forma brusca para impedir a ação, quase acertando a cabeça de um dos policiais, momento em que temendo pela integridade física, devido aos ânimos exaltados e grande concentração de pessoas, foi solicitado reforço. Com a chegada do reforço e utilização do uso moderado e progressivo da força, foi realizada a abordagem dos envolvidos, que mesmo com a presença de outras viaturas de Rádio Patrulha e também do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), continuavam resistindo e tentando impedir o trabalho policial. Diante da situação, todos foram abordados e revistados. Após o fato, os detidos e o material apreendido foram conduzidos à Central de Plantão Policial de Chapecó”, prossegue o relatório.

Sobre publicações em redes sociais e manifestações questionando a ação da PM neste caso, a corporação declarou que assim que for notificada formalmente sobre o caso, "a Polícia Militar, como sempre faz, abrirá o procedimento adequado para esclarecer e dar lisura à ação policial”.


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