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Trigo sofre queda de 28% na produção devido às chuvas em SC#

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O trigo em Santa Catarina enfrenta desafios, encerrando a colheita com uma queda estimada de 28% na produção devido às chuvas intensas em outubro. A qualidade do produto também sofreu, impactando a remuneração dos produtores. O Boletim Agropecuário de novembro, da Epagri/Cepa, detalha a situação e analisa outros principais produtos agropecuários no estado.

Arroz
Santa Catarina enfrenta desafios na produção de arroz para a safra 23/24 devido às chuvas intensas nas últimas semanas. A produção estimada de 1,245 milhão de toneladas em casca, destinada à indústria, é essencial para atender à demanda de cerca de 1,5 milhão de toneladas, sendo a maior parte suprida pelo próprio estado, além dos países do Mercosul, como Uruguai, Paraguai, e o Rio Grande do Sul.

O impacto das chuvas é mais significativo no Alto Vale do Itajaí, onde algumas áreas deverão passar por replantio. Em outras regiões, os prejuízos ainda são pontuais, e as lavouras têm a perspectiva de se recuperar até o término do ciclo. Contudo, relatos destacam as dificuldades na execução de tratamentos fitossanitários devido às chuvas, prevendo complicações ao longo da safra. Além disso, a falta de luminosidade e a ausência de dias ensolarados apresentam desafios para o desenvolvimento e estabelecimento da cultura do arroz.

Feijão
O mercado do feijão enfrenta oscilações significativas nos preços, especialmente durante o mês de outubro. Segundo dados recentes, o preço médio mensal recebido pelos produtores de feijão-carioca encerrou o período em R$151,78 por saca de 60kg, apresentando uma ligeira redução de 0,25% em relação ao mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio permaneceu estável, mantendo a média mensal em R$215,66 por saca de 60kg.

Comparando com outubro do ano passado, observa-se uma queda expressiva nos preços do feijão-carioca, com uma redução nominal de 38,95%. Em contrapartida, o feijão-preto registrou um incremento de 19,35% na variação anual, indicando um comportamento mais estável.

Para a safra em andamento, as condições climáticas emergem como fator determinante na formação dos preços. A incerteza sobre a produção no Sul do país gera desafios tanto para os produtores quanto para os compradores na definição dos valores de mercado. Um ponto crítico está relacionado à qualidade do feijão colhido, uma vez que o excesso de umidade propicia o surgimento de doenças. Contudo, os produtores enfrentam dificuldades na implementação de controles fitossanitários, devido às chuvas persistentes e à umidade no solo, o que complica o acesso às lavouras.

Milho
O mercado do milho enfrenta uma combinação de desafios e oportunidades à medida que o ano se aproxima do seu encerramento. Os recordes de produção na safra 22/23 resultaram em estoques confortáveis para as agroindústrias, proporcionando uma base sólida para o abastecimento interno. Contudo, o volume expressivo das exportações, que se aproxima dos 43 milhões de toneladas acumuladas até outubro de 2023, emerge como um fator determinante na dinâmica de preços.

Os primeiros indicadores para a safra 23/24 revelam uma redução de 4,1% na área cultivada na primeira safra. A atualização da previsão, realizada no início de novembro, aponta uma revisão na produtividade, diminuindo de 8,83 toneladas por hectare para 8,41 toneladas por hectare. As condições climáticas no início da safra exercem influência significativa no prognóstico do rendimento inicial.

O excesso de chuvas que inundou as lavouras já em desenvolvimento resultou em atrasos no plantio e está dificultando os tratos culturais, comprometendo o potencial produtivo. Além disso, os dias nublados têm impactado a fotossíntese, um processo crucial para o desenvolvimento saudável das plantas de milho.

Enquanto os desafios climáticos persistem, a aproximação do volume total das exportações para 43 milhões de toneladas até o final de 2023 cria uma dinâmica complexa no mercado. O setor observa de perto esses elementos, ajustando estratégias para enfrentar as variabilidades climáticas e responder às demandas do mercado, buscando equilibrar a oferta e a demanda do milho em Santa Catarina.

Soja
Santa Catarina, ao longo da última década, testemunhou um notável crescimento na produção de soja, um fenômeno que contribui significativamente para a dinâmica agrícola do estado. Contudo, as projeções para a safra 23/24 enfrentam desafios inesperados, impactando as estimativas iniciais.

Inicialmente projetada para ser 1,7% maior que a safra anterior na área a ser plantada, a produção total prevista era de 2,89 milhões de toneladas (MT) na primeira safra. No entanto, os efeitos das chuvas intensas e do atraso no plantio levaram a uma revisão para baixo desses números no atual relatório, estabelecendo a produção total do estado em 2,73 MT. A incerteza climática apresenta desafios que podem afetar tanto a produtividade quanto a produção final.

Para aprimorar a precisão das informações, a Epagri/Cepa adotou uma abordagem inovadora, utilizando o sensoriamento remoto e imagens de satélite para mapear a área de cultivo de soja no estado. Essa metodologia proporcionou ajustes em regiões específicas, tornando os números mais alinhados com a realidade de campo.

O próximo relatório da Epagri/Cepa promete oferecer uma visão ainda mais precisa, pois incorporará dados atualizados provenientes de levantamentos de campo. É possível que novas reduções na produção sejam registradas, refletindo a dinâmica complexa que a soja enfrenta em meio aos desafios climáticos. A agricultura catarinense, adaptável e resiliente, continua a enfrentar as variabilidades da natureza em busca de uma produção sustentável e de qualidade.

Cebola
Segundo informações do Projeto Safras da Epagri/Cepa, a produtividade média esperada, que inicialmente estava projetada em 30.039kg/ha, sofreu uma drástica redução de 25,05%, atingindo agora 22.513kg/ha.

O início da colheita já é uma realidade nas regiões de menor altitude do Alto Vale do Itajaí, onde as variedades superprecoces estão sendo colhidas. O Projeto Safras destaca que 3,7% da área plantada no estado já passou pelo processo de colheita, especialmente em municípios como Tijucas e na região da Serra do Tabuleiro.

A queda na produtividade da cebola reflete não apenas a intensidade das chuvas, mas também a complexidade dos desafios climáticos que os agricultores enfrentam ao longo do ciclo da cultura. O setor agrícola catarinense, conhecido por sua resiliência, agora busca estratégias para lidar com as adversidades climáticas e manter a qualidade da produção.

À medida que a colheita avança e mais dados são coletados, a Epagri/Cepa continuará monitorando de perto a situação, fornecendo informações atualizadas sobre o desempenho da safra de cebola em Santa Catarina.

Alho
A safra de alho em Santa Catarina, que está na fase final de desenvolvimento vegetativo, enfrenta desafios significativos devido às fortes chuvas ocorridas nos últimos 30 dias. De acordo com a Epagri, aproximadamente 60% da safra encontra-se em fase de maturação, enquanto os restantes 40% já atingiram a fase final da bulbificação.

Os impactos climáticos na produção de alho foram substanciais, com a Epagri realizando um levantamento detalhado das lavouras. Os resultados indicam que 25% das plantações foram classificadas como ruins, enquanto 30% foram consideradas de qualidade média. As perdas tanto na produção quanto na qualidade da safra são expressivas, prevendo-se uma redução entre 25% e 30% em relação à estimativa inicial, feita em setembro.

A área plantada na safra atual é de 995 hectares, representando uma redução significativa de 58,64% em comparação com os últimos seis anos. As expectativas iniciais eram de uma produção de 10.797 toneladas, com uma produtividade estimada em 10.821kg/ha. No entanto, as fortes chuvas relacionadas ao fenômeno El Niño impactaram negativamente essas projeções, resultando em uma revisão para baixo. Agora, estima-se que a produção alcance 8.031 toneladas, com uma produtividade de 8.071kg/ha.

Maça
A produção de maçã em Santa Catarina enfrenta desafios significativos, conforme indicado pelas expectativas para a safra 23/24. No mês de outubro, a projeção aponta para uma redução de 10,3% na produção em comparação com a safra anterior.

Os efeitos adversos dos eventos climáticos e meteorológicos registrados em outubro de 2023 têm impactado diretamente a produção de maçã no estado. Na microrregião dos Campos de Lages, mesmo com a incorporação de novas áreas, prevê-se uma redução mais acentuada, alcançando 13,6%.

Até a 44ª semana de 2023, dados revelam que cerca de 54,1% das áreas estaduais destinadas à produção de maçã na região estavam em fase de floração, enquanto 23,2% encontravam-se em estágio de frutificação. Esses números refletem o estágio de desenvolvimento das macieiras e sinalizam os desafios enfrentados pelos produtores.

Os eventos climáticos, como chuvas intensas e outros fenômenos atmosféricos, têm sido determinantes para as condições desafiadoras desta safra. A redução na expectativa de produção pode ter impactos no mercado local e nacional de maçã, afetando a oferta do produto.

Aves
De acordo com dados recentes, o estado exportou 83,1 mil toneladas do produto, registrando uma leve queda de 3,2% em relação ao mês anterior. No entanto, em comparação com outubro de 2022, houve um crescimento de 3,3%.

As receitas geradas por essas exportações totalizaram US$160,1 milhões, refletindo uma queda de 4,5% em relação ao mês anterior e uma redução mais expressiva de 12,0% se comparado a outubro de 2022.

O valor médio da carne de frango in natura exportada por Santa Catarina em outubro foi de US$1,836,71 por tonelada, representando uma diminuição de 1,9% em relação ao mês anterior e uma significativa queda de 16,3% se comparado ao valor de outubro de 2022.

No acumulado de janeiro a outubro, Santa Catarina manteve um desempenho sólido nas exportações de carne de frango, enviando 902,0 mil toneladas para o mercado internacional. As receitas alcançaram a marca de US$1,91 bilhão nesse período, marcando altas de 6,6% em quantidade e 5,2% em valor em relação ao mesmo período do ano anterior.

É notável que Santa Catarina continua desempenhando um papel significativo no cenário nacional, sendo responsável por 23,4% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos primeiros dez meses deste ano.

Bovinos
De acordo com os dados divulgados pelo Observatório Agro Catarinense, sistematizados pela Epagri/Cepa, o estado registrou o abate de 56,5 mil bovinos em outubro. Esse número representa um crescimento notável de 3% em relação aos abates realizados no mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, foram abatidos 501,2 mil bovinos em Santa Catarina. Entretanto, observa-se uma queda de 3,5% em comparação com o mesmo período de 2022.

Os preços do boi gordo, indicadores cruciais para os produtores e o mercado como um todo, apresentaram movimentos distintos nas diferentes regiões do estado. Nas primeiras semanas de novembro, comparando com o mês anterior, houve uma queda de 4,3% nos preços no Oeste catarinense. Em contrapartida, na região do Planalto Sul, foi registrada uma alta de 2,4%.

Ao considerar os preços de novembro de 2022, a situação revela quedas significativas em ambas as regiões. No Oeste, a redução foi de 22,1%, enquanto no Planalto Sul, a queda foi de 17,5%. Essas variações sinalizam a complexidade do mercado de bovinos, influenciado por diversos fatores, incluindo oferta, demanda e condições econômicas.

Suínos
As exportações de carne suína, que desempenham um papel vital na economia do estado, registraram um volume de 46,9 mil toneladas em outubro. Contudo, esse número reflete uma queda significativa de 15,9% em relação ao mês anterior e uma redução de 8,9% na comparação com outubro de 2022. As receitas, avaliadas em US$ 105,0 milhões, também sofreram um declínio notável de 17,6% em relação ao mês anterior e uma queda de 19,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, ao observar o acumulado de janeiro a outubro, os números revelam um cenário mais positivo. Santa Catarina exportou 538,6 mil toneladas de carne suína, gerando receitas expressivas de US$ 1,31 bilhão. Esses resultados representam altas de 8,2% e 12,2%, respectivamente, em comparação ao mesmo período de 2022. O estado, reconhecido por sua excelência na produção suína, respondeu por 55,9% das receitas e por 54,4% do volume total de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

Quanto ao abate de suínos, Santa Catarina demonstrou um crescimento de 2,3% em outubro, com um total de 1,42 milhão de suínos destinados ao abate. No acumulado de janeiro a outubro de 2023, foram produzidos cerca de 15 milhões de suínos no estado, representando um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Leite
O mês de outubro trouxe novos desafios para o setor de laticínios no Brasil, com um aumento nas importações e uma nova queda nos preços, conforme apontam dados da Epagri/Cepa e análises do Observatório Agro Catarinense.

As importações brasileiras de lácteos apresentaram um notável crescimento no acumulado de janeiro a outubro de 2023. A quantidade importada atingiu a marca de 228,3 milhões de quilos, representando um expressivo aumento de 72,4% em relação aos 132,4 milhões de quilos importados no mesmo período de 2022. Esses 228,3 milhões de quilos, quando convertidos em equivalentes litros de leite, traduzem-se em uma oferta de 1,765 bilhão de litros. Esse volume representa aproximadamente 8,1% da oferta total de leite inspecionado no Brasil, sinalizando uma significativa parcela do mercado abastecida por produtos importados.

No âmbito dos preços, outubro testemunhou uma nova queda nos valores dos lácteos no mercado atacadista, exercendo um impacto negativo nos preços pagos aos produtores. Segundo os levantamentos da Epagri/Cepa, essa tendência de decréscimo de preços persiste desde junho, afetando a rentabilidade dos produtores de leite. Em novembro, o preço médio recebido pelos produtores continuou a diminuir em relação ao mês anterior, contribuindo para um ambiente desafiador no setor.

Cotações:

⦁ Dólar: R$ 4,85
⦁ Saca da soja 60kg: R$ 140,90
⦁ Saca de feijão carioca 60kg: R$ 215,22
⦁ Saca de feijão preto 60kg: R$ 280,34
⦁ Saca de milho 60kg: R$ 60,74
⦁ Arroba do boi: R$ 235,60
⦁ Litro do leite: R$ 1,92

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Fonte:https://clicrdc.com.br/clicagro/trigo-sofre-queda-de-28-na-producao-devido-as-chuvas-em-sc/
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