Não pretendo com o presente texto aprofundar ou realizar um estudo de Polemologia, palavra que tem a gênese no grego polemos, que significa "guerra” e o sufixo logia, que se refere à "estudo”, "ciência”, ou seja, não farei aqui um compendio científico das guerras. Meu intento, é meramente provocar à uma reflexão sobre a gênese de uma guerra.
Já que o desígnio é tão simplesmente refletir, a faço elencando algumas conjecturas, num primeiro momento, ouso em dizer, obviamente, sem qualquer baldrame técnico para tanto, que os relatos históricos, sejam muito mais repletos de conflitos, do que de outros fatos de meras relevâncias históricas, pois grande parte das conquistas, destaques civilizatórios, e, até marcos evolutivos da sociedade, foram marcados ou oriundos por guerras.
Já, se a análise versa sobre buscar justificar e/ou entender o mote da guerra, na maioria das vezes, percebe-se um fator em comum, que dispõe de uma característica temerária, qual seja, o extremismo.
Extremismo, por sua vez, nada mais é do que um pensamento, ou seja, uma crença, que preconiza sua própria razão como a aceitável, como a de única solução, ou ainda, de que é a mais correta e a superior.
Na seara política, esse fator é nefasto, pois compromete toda uma ordem de equilíbrio e de harmonia social.
O que falar então de regimes extremistas? Não se pode olvidar da Segunda Guerra Mundial, motivada não só por um regime de governo, mas especialmente por uma supremacia etnocêntrica que se intitulavam como raça pura. Ademais, todos os conflitos escravocratas, refletem essa mesma dinâmica e problemática.
Parecido com isso, o extremismo religioso é, na minha ótica, ainda mais danoso, pois ele é enfartado de dogmas, que, àquele que o crê, torna-o prejudicado de aceitar e olhar as diversidades com naturalidade e consentimento.
Não importa, portanto, se o extremismo é religioso, étnico ou político, todos denotam de ideologias que se revestem de superioridade, e, novamente, a história é onustada de conflitos decorrentes disso.
Recentemente, há dias atrás, o conflito envolvendo Israel e Irã, com uma influência direta e bélica dos Estados Unidos, evidencia uma miscelânia desses extremismos supra. A relevância foi tamanha, que deixou o mundo em alerta e temendo eclodir uma possível Terceira Guerra Mundial. Nesse caso, é inevitável não questionar, esse risco existe? Na minha opinião, não mais! Uma grande guerra, como foram a 1ª e 2ª Guerra Mundial, certamente, nunca mais teremos.
Atualmente, a proteção desse tipo de guerra, deriva da intensificação e interconexões das relações mundiais, pois mantem e sustenta uma relação internacional de interação econômica, política, cultural e social, que são extremamente importantes para manutenção das soberanias dos países, que se solidificam pelas oportunidades oriundas do maior fluxo de pessoas, serviços, bens, capitais, tecnologias e informações, promovendo a interdependência entre as nações. Então, nenhum país irá comprometer tamanha conquista e privilégio.
Em sentido contrário, não se pode evitar que alguns governos acreditem que o conflito, apesar de arriscado, seja uma forma de demonstração de poder, então, inexoravelmente, haverão prélios, eivados de extremismos.
Por que estou falando isso? Justamente, para demonstrar que nessa espécie de conflito, mesmo que surja um pano de fundo questionável, como o risco de uma bomba atômica, é diáfano o peso do extremismo. Sob o pretexto de garantir a paz mundial, o único país que já usou uma bomba atômica, e que ainda às têm; aliado à outra nação que também a possui, resolvem atacar outro, para não permitir que concorram com eles, ou seja, é alógico alguém achar que há razão num Estado dizer ao outro algo parecido como: "eu tenho e você não pode ter”.
Ciente da polêmica, chamo atenção aqui para um fato histórico, na verdade bíblico, que é a garantia à denominada "Terra Prometida”, assim como delimitar um espaço para todos, que dentro das suas respectivas ideologias religiosas, querem dividir um mesmo solo sagrado. Em 1948, surge então o Estado de Israel, dividindo a Palestina, avizinhando árabes e judeus, que, apesar serem ambos semitas, a separação ocorreu com o nascimento de Ismael e Isaac, devidamente explicado pelos dogmas que contam a história de Deus.
Esse dogma, portanto, desvirtuado por ideologias extremistas, e que fomenta históricos conflitos, nunca serão resolvidos ou alterados por ninguém, ou melhor, por nenhuma solução decorrente de uma razão ou lógica ocidental, pois se assim acreditarmos, estamos sendo igualmente extremistas e impositivos.
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