· Chance de profissão melhor que a dos pais é até 2,3 vezes maior para filhos brancos
· Em 2016, 24,8 milhões de brasileiros viviam na miséria, 53% a mais que em 2014, revela IBGE
"O que a gente constata é que esse aumento não é por conta da frequência escolar, mas pelo aumento da desocupação”, enfatizou Luanda Bortelho, analista da Coordenação de Indicadores Sociais do IBGE. De acordo com a pesquisa, nestes quatro anos:
· Número de jovens que apenas estudavam: aumentou 3,4 pontos percentuais
· Número de jovens que apenas trabalhavam: caiu 5 pontos percentuais
· Número de jovens que estudavam e trabalhavam: caiu 1,5 ponto percentual
O IBGE destacou, ainda, que entre 2012 e 2014 se manteve estável o percentual de jovens que não estudavam nem estavam ocupados. O salto desta população se deu, justamente, entre 2014 e 2016, período que corresponde à crise econômica no Brasil com consequente impacto no mercado de trabalho. O crescimento dos "nem nem" está diretamente relacionado ao aumento do desemprego no Brasil, que afetou mais fortemente os jovens. Entre 2012 e 2016, saltou de 4 milhões para 6,3 milhões o número de jovens com idade entre 16 e 29 anos desempregados no país. Isso representa um aumento de 57% do contingente de jovens desempregados e revela um dos principais efeitos da crise econômica pela qual passa o Brasil. De acordo com o levantamento, no mesmo período, a população com mais de 16 anos cresceu apenas 6,5%, enquanto o contingente de desempregados aumentou 40,5%. "Isso nos mostra que são os jovens que mais sofreram com os efeitos da crise no mercado de trabalho”, apontou a analista do IBGE, Cíntia Simões Agostinho. Enquanto os jovens representam 28,2% da população com mais de 16 anos no país, eles respondem por 54,9% do total de desempregados. "Ou seja, de cada dois desempregados, um é jovem”, destacou a pesquisadora. Segundo Cíntia, o desemprego mais frequente entre os jovens é um fenômeno mundial e histórico. "São muitos os fatores que interferem nesta situação como, por exemplo, a dificuldade destes jovens em se inserir no primeiro trabalho, ou mesmo de conciliar os estudos com uma ocupação profissional.”
Fonte: G1
Imagem: Arquivo