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Falta apoio das famílias e comprometimento dos alunos, diz estudo#

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Desde o início de 2015, professores de escolas da rede pública dos municípios ligados a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc) – 19 municípios, com exceção de Chapecó e Arvoredo – participam de um estudo organizado pela Unochapecó, em parceria com a Associação. Em fevereiro desse ano, um questionário foi aplicado aos educadores. A análise das respostas apontou aspectos da realidade vividos nas salas de aula, particularmente aqueles que mais intrigam e angustiam os profissionais.


As principais problemáticas tornaram-se questões de estudo. A partir disso, um grupo interdisciplinar de docentes da universidade realiza processos de formação continuada, com o intuito de encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos professores. Os municípios foram divididos em quatro polos: Pinhalzinho, Quilombo, São Carlos e Coronel Freitas. Em cada um dos polos, diferentes aspectos foram observados no diagnóstico, apesar dos problemas gerais apontados serem semelhantes. Os problemas prioritários apontados pelos professores consultados foram a falta de apoio e participação das famílias no processo de educação, a desmotivação, falta de interesse e comprometimento dos alunos e a falta de limites e indisciplina.

De acordo com o reitor da Unochapecó, professor Odilon Poli, o projeto busca encontrar soluções para os problemas que os profissionais enfrentam em seu cotidiano. Segundo Odilon, que coordenada a pesquisa, o que mais frustra e provoca sofrimento nos professores é ver o estudante não aprender e não ter interesse e respeito. O que pode parecer muito evidente, na verdade se põe como um problema contemporâneo. "Nós podemos dizer que o modelo escolar atual é exatamente igual ao século XIX, o professor é do século XX, e os alunos são do século XXI”.

Outro dilema se acrescenta ao contexto: a figura daquele que educa. "O retrato de quem é o professor fragmenta-se em aspectos como um sujeito que detém certo conhecimento, apesar de não ser todo o seu saber. Além disso, é um sujeito que precisa compreender o ser humano. Se ele não entende como o outro aprende, ele não sabe ensinar”, pontua o reitor. A proposta, então, é tornar os próprios professores agentes da mudança, pois "ao final da discussão, eles se debruçam sobre a realidade, à luz da teoria existente e do que compreenderam, para pensar como vão agir”.

Esta nova postura, porém, não altera funcionalmente o papel do professor, assegura o reitor. "Se eles mudarem o modo de operar a relação entre escola e família, os pais se tornam parceiros. Assim, terão mais apoio para atuar com os estudantes e haverá um aprendizado maior”. Nos encontros, os professores compreenderam, ainda, que o ponto de partida é dar à escola um sentido, pois nada vale a pena ser ensinado, se não tiver significado para quem estuda.

Ficou claro na pesquisa preliminar que os professores veem a família pouco "parceira” na educação dos filhos. "As escolas já fazem reuniões com os pais, entretanto o que eles fazem durante os encontros não tem surtido o efeito esperado. Mas ao compreender a causa do desinteresse e indisciplina, por exemplo, eles podem agir sobre a circunstância e depois ajudar as famílias”, esclarece Odilon. "Quando o discurso da escola se junta ao discurso da família, torna-se muito mais eficaz e os estudantes passam a ter referências mais claras – que muitas vezes faltam – e sabem que determinado comportamento não é adequado”, o que sintetiza, de certa forma, o fundamento da educação.


A conclusão que muitos professores assimilam nos encontros é da postura protagonista que eles devem assumir. Isto é, refletir sobre os processos educativos, contextos e as condições de vida dos alunos. Em seguida, assumir o seu protagonismo frente aos resultados dessa reflexão e, finalmente, executar isso. Logo, a formação continuada não fica apenas no campo teórico, isolado da realidade. "Nós entendemos que a educação continuada deve ser organizada observando as dificuldades enfrentadas no cotidiano dos professores, a partir do olhar deles. Deste modo, eles têm a oportunidade de encontrar respostas às suas angústias”, garante o reitor. Até outubro, quatro novos encontros serão realizadas nos polos, para completar o ciclo de estudos e reflexão.

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