Com a chegada do verão e suas ondas de calor, o aumento no consumo de energia devido ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores é uma realidade. Contudo, especialistas alertam para os riscos de incêndios associados ao manejo inadequado desses equipamentos, especialmente quando utilizados em imóveis com instalações elétricas antigas e inadequadas.
O professor de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ, Edson Watanabe, destaca a preocupação com a capacidade elétrica dos imóveis, principalmente diante do acréscimo constante de aparelhos eletrônicos. Ele ressalta que muitos lugares possuem instalações antigas, projetadas numa época em que a presença de equipamentos como o ar-condicionado era limitada. Essa falta de adequação pode levar a situações críticas, como a impossibilidade de usar o chuveiro e o ar-condicionado simultaneamente.
Watanabe enfatiza a importância de contratar um profissional de elétrica para avaliar se o quadro de energia do imóvel suporta os equipamentos, evitando riscos de incêndios. Ele esclarece que, embora o curto-circuito seja raro e, geralmente, os disjuntores atuem como proteção, problemas de instalação antiga e inadequada podem causar superaquecimento e incêndios.
O professor alerta para os períodos em que os aparelhos ficam desligados por longos intervalos, como no inverno. Ao serem religados, o consumo, especialmente do ar-condicionado, pode aumentar significativamente. Ele recomenda a contratação de um profissional para verificar a capacidade dos fios e da tomada, evitando problemas como mal contato e sobrecarga.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, major Fábio Contreiras, destaca a necessidade de observar a voltagem e a amperagem dos equipamentos ao comprá-los. Caso o imóvel não tenha capacidade elétrica, é crucial chamar um eletricista para realizar as adaptações necessárias.
Outro aspecto preocupante é a utilização de adaptadores de tomada não regulamentados, como benjamins, e a instalação de pontos elétricos próximos ao chão e a materiais inflamáveis. O major Contreiras destaca que adaptadores não legalizados representam riscos e que o uso de filtros de linha aprovados pelo Inmetro, com disjuntores, é a maneira correta de conectar vários equipamentos à mesma tomada.
Além disso, o professor Watanabe destaca a importância de manter o filtro do ar-condicionado limpo por motivos de saúde, evitando o acúmulo de poeira. Ele ressalta que os aparelhos mais modernos, do tipo inverter, são mais eficientes e controlados eletronicamente, reduzindo os riscos.
O major Contreiras adverte sobre os cuidados necessários com equipamentos portáteis carregados por bateria, especialmente em ondas de calor, pois baterias à base de íon de lítio podem se danificar e até mesmo incendiar se expostas a altas temperaturas.
A recomendação geral é que, em caso de incêndio provocado por causas elétricas, a prioridade é desligar a rede elétrica e, se possível, utilizar extintores apropriados, evitando o uso de água para não aumentar os riscos de choque elétrico. O Corpo de Bombeiros deve ser acionado imediatamente pelo número 193 para lidar com a situação de maneira segura e eficaz.
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