"A ciência tem tentado combinações para menor número de drogas, com menor toxicidade para esquemas de manutenção do tratamento", diz Jamal Suleiman, infectologista do Emílio Ribas, hospital de referência em São Paulo. "E é isso que esse medicamento faz". "Depois do tratamento mais eficiente de nova geração, esse é o primeiro com somente duas drogas", diz Esper Kallás, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP. A nova geração de antirretrovirais tem como principal característica o fato de possuírem menos efeitos colaterais que tratamentos mais antigos -- como o efavirenz, que piorava sintomas de pacientes psiquiátricos.
Segundo o FDA (órgão americano similar à Anvisa), a eficácia do Juluca foi testada em dois ensaios clínicos com 1024 participantes. Eles foram divididos aleatoriamente: parte tomou o Juluca; e a outra continuou com o tratamento prévio. Os resultados mostraram que a droga foi eficaz em manter o vírus suprimido tanto quanto a terapia de referência.
"Por enquanto, é um medicamento de manutenção, com base nesses estudos que o FDA analisou", diz Suleiman. "Então, será necessário começar o tratamento com outros medicamentos. E aí, quando a carga estiver indectável, começar a usar essa droga." O medicamento aprovado nesta terça-feira (21) deve ser utilizado em pacientes com supressão do vírus ao menos por seis meses (ou seja, que estivessem usando outros tratamentos). Também ele não deve ser administrado em indivíduos que já apresentaram resistência a alguns dos componentes da nova droga.
Fonte: Bem Estar
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