Indígenas, de várias etnias, rechaçam a proposta de municipalização dos serviços de saúde oferecidos às comunidades indígenas atualmente. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou na última quarta-feira (20), mudanças na estrutura da pasta que impactam diretamente as diversas etnias espalhadas pelo país.
A proposta que prevê a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que passaria a atuar como um departamento, incorporando os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária. "Diante desse fato, nós quanto indígenas, não aceitamos a municipalização e iniciamos uma semana de mobilização nacional, de norte a sul do país”, explica o Conselheiro Distrital de Saúde Indígena, Adroaldo Antonio Fidelis.
Segundo ele, os indígenas se mobilizam neste momento para que o ministro recue e ouça o que eles têm a dizer. "Porque até então, como está previsto na Constituição Federal, cabe à União que, qualquer decisão tomada, que os indígenas sejam consultados e nós não fomos”, explica Adroaldo. "Nós já temos experiencias com outros municípios e prevemos um genocídio indígena em massa”, conclui.
Adroaldo analisa que com as mudanças propostas, os estados e municípios não seriam capazes de fornecer um serviço de qualidade a saúde indígena. "Pela nossa experiência, temos claramente de que eles não têm condições, muito menos estrutura de assegurar uma saúde diferenciada para as nossas comunidades”, pontua.