Em entrevista na sede da Divisão de Investigação Criminal (DIC), o delegado Vagner Papini, apresentou detalhes sobre os trabalhos investigativos que duraram aproximadamente um mês e resultaram na prisão de três pessoas. Segundo ele, foi um dos crimes mais complexos já apurados pela delegacia.
A investigação aponta que, um homem de 24 anos, invadiu a residência de Paulo, e com uma toca balaclava, luvas e roupas escuras disse que era policial. O cidadão teria solicitado por "neguinho”, que era o apelido da vítima, que estava na cama e respondeu: "sou eu”. Segundo o delegado, o indiciado foi até o quarto e atirou contra Almeida. Logo após, o jovem deixou o endereço com apoio de outra pessoa em um carro, que foi encontrado queimado no dia seguinte, no bairro Efapi.
Papini lembra que, na madrugada do crime, agentes da DIC e também do Instituto Geral de Perícias (IGP) estiveram na residência onde colheram elementos sobre os fatos. Mais de 10 testemunhas foram ouvidas. "Depois de colher todo o arcabouço necessário, identificamos o mandante e os dois autores do assassinato, além do indivíduo que vendeu o carro para que o crime fosse praticado”, relatou o delegado.
Com a investigação muito adiantada, Papini representou pela prisão temporária dos suspeitos, que ocorreu na manhã desta terça-feira (05), sendo um no bairro Passo dos Fortes e os demais no Efapi. No entanto, um dos indivíduos fugiu por três vezes, mas foi preso pela Polícia Civil no final da tarde com auxílio do helicóptero do Saer/Fron. Ainda segundo o delegado, em uma das oportunidades, ele fugiu de cueca e atravessou um rio nadando.
Papini declarou que a Polícia Civil segue as buscas pela arma do crime e também para obter outras informações. Para o delegado, ainda não há uma definição sobre a real a motivação do assassinato, pois o trio preso preferiu se manter em silêncio. "Trabalhamos com duas hipóteses com base no depoimento de testemunhas. A primeira opção é uma briga entre facções (PGC e PCC) e a segunda, uma rivalidade por ponto de tráfico de drogas”.
Papini ressalta que, mesmo sendo um crime complexo, os agentes civis não mediram esforços para elucidar o crime o quanto antes. Ele afirma também que, a identificação e prisão dos suspeitos, representa muito para a sociedade chapecoense.
Todos possuíam passagens policiais, inclusive a vítima, que estava presa desde 2014 por tráfico de drogas. No dia do crime, Paulo estava de saída temporária desde o dia 28 de Dezembro de 2018.
O delegado finalizou a entrevista afirmando que o trio será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe.