O relatório a ser lançado nesta tarde defende que reservatórios, canais de irrigação e estações de tratamento de água não sejam os únicos instrumentos de gestão hídrica à disposição. Para estes mesmos fins, a Unesco recomenda a chamada "infraestrutura verde", ou seja, soluções baseadas na natureza (SbN). Na prática, as sugestões para ampliar a qualidade, quantidade e o acesso a água seriam a extensão da cobertura vegetal – para pastagens, zonas úmidas e florestas – a recomposição de solos, jardins suspensos e, principalmente, a proteção das bacias hidrográficas.
A oficial de projetos de avaliação dos recursos hídricos da Unesco, Ângela Ortigara, explicou ao G1 o porquê desses mecanimos precisarem ser "mais valorizados". No entendimento da pesquisadora que participou da elaboração do relatório, as soluções baseadas na natureza podem "melhorar a segurança hídrica, reduzir riscos de desastres e gerar benefícios aos envolvidos".
Apesar dos benefícios, o relatório aponta que o mecanismo verde ainda é "subutilizado" em comparação com as "tecnologias cinzas", como barragens e cisternas, por exemplo. "O relatório quer dizer que tem que se buscar o equilíbrio correto entre as duas infraestruturas.
Um exemplo citado pela pesquisadora brasileira é o programa federal Produtor de Água, que oferece estímulo financeiro a agricultores que adotaram mecanismos de preservação ambiental. Em uso no Distrito Federal, a iniciativa é referência da Unesco de priorização das SbNs.
"Melhor gestão da agricultura, práticas sustentáveis e a proteção da mata ciliar são soluções verdes que ajudam a melhorar a qualidade do solo, a produção de alimentos e a qualidade da água."
Fonte: G1
Foto: Bruno Kelly/Reuters